quarta-feira, 9 de julho de 2008

Medusa libertina

A visceral passeava
Nas barbas do cerebral.

Era um canibal cavalheiro,
Bebendo a buceta primeiro.

De lá, espiava pela fresta
A puta que ela guardava
No meio das pernas.

A língua dela rodeava
O pau apontado para as estrelas.
Quantos degraus ele desceria
Para encontrar a medusa libertina?

Encantava as serpentes,
Desviava dos olhos de lince
Para não virar pedra
Nem perder a cabeça
Nas entranhas dela.

O cio de Alice

Alice no cio é um problema:
Não há homem que baste
Nem travesseiro, dedo
Consolo ou vibrador.

Nada contém a lava de Alice.
Ela desliga o cérebro
E atravessa os faróis
Na velocidade da luz.

Alice no cio é pior do que bicho.
Revira o lixo e a agenda,
Mia a noite inteira
Para os cachorros loucos.

É perigoso o cio de Alice.
Já engasgou com a própria língua,
E esqueceu objetos pontiagudos
No fundo de seu corpo.

Alice no cio é abalo sísmico!
É para ficar em casa,
Sem tocar em nada,
Trancada, sem ninguém.