quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Anjo negro

Ele prometeu tentáculos
Mas mal parava em pé.
Não culpe o vinho, meu caro,
Muito menos as doces cigarrilhas!

As unhas dela cintilavam,
Vermelhas, em meu decote.
Cabelos, pernas e esguios dedos,
Ateavam fogo nos oceanos.

Perdido entre o dueto em chamas,
Acuado, vislumbrava o passado:
O fodedor que a currou no chão cru da sala,
No banheiro da festa, nas pedras do Rio.

O vendaval esvaiu-se em brisa
Qual mormaço do outono.
E o anjo negro terrível de outrora,
Agora de asas tristes e murchas,
Pousou no parapeito delas,
Aguardando a morte inevitável.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Praia deserta

Ele me deu um buquê vermelho de rosas
Para molhar e comer a minha flor.
Agradeci, de joelhos, chupando seu pau
Doce feito o céu.

Ele vem do mar
E vai ao amanhecer.
Faz juras de amor nos meus peitos
E derrama sua porra na minha boca.

Na varanda, ele mostra aos vizinhos
O vigor com que me fode:
Agarra minha cintura, levanta meu vestido
E aponta a dura pica para a minha bunda.

Resisto! Mas ele insiste.
E com um beijo em meu pescoço
Consagra o coito anal,
Oras como um anjo delicado
Oras feito tubarão faminto.

Meu amante trouxe flores
E ganhou o mais desejado dos meus lugares.
Um buraquinho cor-de-rosa, apertado,
Que o encanta tanto quanto uma praia deserta.

Anjo vermelho

Eu a vejo sempre rara e vermelha,
A pele que corre do Sol,
E aquele fogo eminente
Que só as ruivas sabem ocultar.

Ela fala alto – como eu –
Mas sussurra doces obscenidades.
Até que os meus olhos de ressaca
Convidam a ruiva para se desvelar.

Nina Simone ela dança e canta
Como a chama da vela,
Queimando e aguçando
Minha libido sinuosa.

Em suas delicadas insinuações
Ela ordena a minha distância.
E reluta, sedutoramente,
Ao golpe final.

Mas o vinho é implacável:
A ruiva arrasta-me para sua rede!
Envolve-me em beijos,
Entrelaços divinos.

Caminha, quente, em meu corpo,
O anjo matinal vermelho
Qual viajante errante,
A desbravar ilhas e colinas.

Num arroubo, escala-me
Como pico gelado,
Prestes a desfazer-me
Em avalanche molhada.

E logo ela desce, vitoriosa,
A celebrar e coroar
A mais nova súdita
De seu reino à beira mar.

Incandescente

Tão rosada
Tão molhada
A bucetinha não dorme mais.
Amanhece sem parar,
Lateja e goteja docemente
Pedindo você.

Seu falo, sua pica dura
Que bica fornica
Funda, como vara rija.
É ponte que extravasa
O rio onde nado nua.

Desaguamos no mar
Duzentas vezes.
Ondas vigorosas
Batendo, pulsante.

Ir e vir constante.
Finca os dedos nas minhas coxas.
Leva e traz o meu corpo
Num movimento incessante,
Incandescente,
Até virarmos uma estrela só.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Felláre

O gosto do seu pau
Não sai da minha boca.
E olha que hoje
Nem comi a sua porra.

Meus lábios borbulhantes
Na sua pica deslizavam.
Chupei até você gemer
Na véspera do gozo.

A bucetinha implorava
Sua entrada vigorosa.
Mas a tarde era só sua,
Do seu fabuloso pau.