Eu a vejo sempre rara e vermelha,
A pele que corre do Sol,
E aquele fogo eminente
Que só as ruivas sabem ocultar.
Ela fala alto – como eu –
Mas sussurra doces obscenidades.
Até que os meus olhos de ressaca
Convidam a ruiva para se desvelar.
Nina Simone ela dança e canta
Como a chama da vela,
Queimando e aguçando
Minha libido sinuosa.
Em suas delicadas insinuações
Ela ordena a minha distância.
E reluta, sedutoramente,
Ao golpe final.
Mas o vinho é implacável:
A ruiva arrasta-me para sua rede!
Envolve-me em beijos,
Entrelaços divinos.
Caminha, quente, em meu corpo,
O anjo matinal vermelho
Qual viajante errante,
A desbravar ilhas e colinas.
Num arroubo, escala-me
Como pico gelado,
Prestes a desfazer-me
Em avalanche molhada.
E logo ela desce, vitoriosa,
A celebrar e coroar
A mais nova súdita
De seu reino à beira mar.
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