(21 fevereiro 2008)
Basta de levar mijo na cara.
As Simones e Marcelas que se prestem a este papel.
De oráculo será delimitado a uma foda gostosa.
E só.
O meu lirismo
– e o meu cu e as incessantes noites de swingue –
Darei para outros.
O homem-peixe que nade
De praia em praia comendo sardinhas
No raso.
Porque eu serei sempre maremoto
A arrastar marinheiros fortes
Para além do profundo submerso,
Para a terceira margem,
Para barcos a serem construídos
Sem âncoras.
E quando o homem-peixe desembarcar no aeroporto
Pode me aguardar no saguão.
Estarei lá, de calcinha limpa e preta,
Sem sutiã nem janta em casa
Sem unhas pintadas ou cama arrumada.
Vamos trepar feito animais
Num quarto de motel barato
Depois, tomo uma ducha rápida
E volto para o escritório.
Vai ser difícil desmamar, eu sei,
Mas juro que vou arremessar
Essa paixão pela janela.
E abrir a blusa – e as pernas – para outros.
Estão abertas as inscrições para novos casos.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Breve tratado sobre o cu
Não, não torça o nariz. Eu também achava que cu é coisa de banheiro e não de cama. Até que os insistentes pedidos – e tentativas vãs – me convenceram de que alguma graça devia ter o cu. Só bonito naquela foto do Man Ray.
Mais uma vez, apelei para o diminutivo, “cuzinho”, no intuito de amenizar a feiura já moralmente impregnada na palavra. Até hoje prefiro falar em “dar (ou comer) a bundinha” do que o cu. Fica mais safado e bonito. É uma metonímia ao contrário: o todo pela parte.
Liberei o meu cu só para alguns homens. Sim, porque tem que saber fazer. Com jeito, saliva, ritmo. A maioria se deslumbra com o estreito e sai em disparada, sem ouvir o corpo da mulher, que pede calma. Perde o direito ao bis.
Mas minha surpresa de verdade foi o cu deles: homens também amam ser comidos! Achei que era só um. Só que outro veio com o mesmo gosto. E mais outro. E mais outro... Não são todos, claro. Alguns escondem o cu feito o Diabo da Cruz.
Aos que se permitem este prazer (sem medo de “virar viado”), o gozo emerge fácil e forte quando meu dedo submerge no cu deles. Antes, a língua umedece tudo o que não vê. E eles sempre seguram o próprio pau, numa punheta sofrida, gemendo trêmulamente. Tentam manter o controle, mas rapidamente se desfazem em porra.
Agora, com licença, tenho que tirar as roupas do varal antes que chova.
Mais uma vez, apelei para o diminutivo, “cuzinho”, no intuito de amenizar a feiura já moralmente impregnada na palavra. Até hoje prefiro falar em “dar (ou comer) a bundinha” do que o cu. Fica mais safado e bonito. É uma metonímia ao contrário: o todo pela parte.
Liberei o meu cu só para alguns homens. Sim, porque tem que saber fazer. Com jeito, saliva, ritmo. A maioria se deslumbra com o estreito e sai em disparada, sem ouvir o corpo da mulher, que pede calma. Perde o direito ao bis.
Mas minha surpresa de verdade foi o cu deles: homens também amam ser comidos! Achei que era só um. Só que outro veio com o mesmo gosto. E mais outro. E mais outro... Não são todos, claro. Alguns escondem o cu feito o Diabo da Cruz.
Aos que se permitem este prazer (sem medo de “virar viado”), o gozo emerge fácil e forte quando meu dedo submerge no cu deles. Antes, a língua umedece tudo o que não vê. E eles sempre seguram o próprio pau, numa punheta sofrida, gemendo trêmulamente. Tentam manter o controle, mas rapidamente se desfazem em porra.
Agora, com licença, tenho que tirar as roupas do varal antes que chova.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Bucetinha feita
Sim, o diminutivo liquefaz a palavra rústica e baixa, pouco à vontade na boca da moça de família que fui. Só nos sussurros dele em meu pescoço lascivo é que “buceta” parece nome de coisinha doce e tão graciosa. E faz molhar! Não há mais um segundo seco entre minhas pernas brutas.
Mas não foi ele – e sim ela – quem fez minha bucetinha ontem. É, gostei disso: bucetinha feita. Um estalido da língua e muita saliva derramada, pouco a pouco, alisando o grelo, os pêlos, o bem dentro.
Quente, rósea, os contornos ampliados numa expressão rica de túnel, passagem e caleidoscópio. Lugar com toda a dimensão de tempo, sem espaço em branco. Luxúria na beira da cama de lençóis ao chão, coberta de bruma e beijos de uvas frescas.
Saltos ornamentais, gozos insistentes a esmurrar minha porta, com pulsos cerrados logo pela manhã. Debatendo na cama feito peixe na pia, ainda vivo. Videoclipe velho, proféticos versos de Noel.
Nós, damas-vagabundas, a roubar os sonhos do pobre jovem nobre. Súbidas e helênicas. Sorrisos largos e espasmos crônicos, elásticos e abissais.
Presa pela cintura, minha doce gueixa serpenteia entre as mãos bonitas dele. Já satisfeita, ela lambe em círculos perfeitos e eu chupo feito abraço apertado. Até que o nobre cava na bunda branca dela, com mãos firmes. O pau dele desaparece na montanha. E eu apreciando este pôr-do-sol.
Mas não foi ele – e sim ela – quem fez minha bucetinha ontem. É, gostei disso: bucetinha feita. Um estalido da língua e muita saliva derramada, pouco a pouco, alisando o grelo, os pêlos, o bem dentro.
Quente, rósea, os contornos ampliados numa expressão rica de túnel, passagem e caleidoscópio. Lugar com toda a dimensão de tempo, sem espaço em branco. Luxúria na beira da cama de lençóis ao chão, coberta de bruma e beijos de uvas frescas.
Saltos ornamentais, gozos insistentes a esmurrar minha porta, com pulsos cerrados logo pela manhã. Debatendo na cama feito peixe na pia, ainda vivo. Videoclipe velho, proféticos versos de Noel.
Nós, damas-vagabundas, a roubar os sonhos do pobre jovem nobre. Súbidas e helênicas. Sorrisos largos e espasmos crônicos, elásticos e abissais.
Presa pela cintura, minha doce gueixa serpenteia entre as mãos bonitas dele. Já satisfeita, ela lambe em círculos perfeitos e eu chupo feito abraço apertado. Até que o nobre cava na bunda branca dela, com mãos firmes. O pau dele desaparece na montanha. E eu apreciando este pôr-do-sol.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Carnaval de trois (automático I)
Carnaval de Sade
Desfilam no Carnaval
Alegorias de Sade.
Duas vilãs nuas sobre o mastro.
Musas aquáticas atravessam
A carne do macho
Como lanças tênues a murmurar.
Confesso ao outro homem,
Que ficou de fora,
Um bom dedo de ciúmes molhado
Num copo de uísque.
Alinhadas,
As amigas de coxas voluptuosas
Suplicam viril aposta.
A língua adormecida dos excessos
Acendem em velas que duram
E marcam o chão
Com cores de outrora.
Uma ducha quente nas costas insensatas
Da moça mais branca,
Que mergulha todas as manhãs,
Enquanto ele adormece em jardins
Abarrotados de cisnes.
Trois: a síntese semiótica sexual.
Um triângulo nunca equilátero,
Sem democracia possível.
Ela comanda as mentiras,
A programação improvisada,
Um oceano todo
Que ele derrama
Na minha garganta.
Jarros d´água indivisíveis
Para exaurir a sede do nobre jovem
Que contempla suas duas rainhas
E desconhece a altitude da Lua.
Nosso ange bleu a decifrar
Baudelaire na cama.
Para quê amanhecer?
Na janela,
pássaros desafiam a paciência dela,
que berra pedindo que cantem jazz.
Uma marchinha de Carnaval,
Finalmente!
Um violão qualquer
Brada para que todos
Abram as asas.
Recolhemos latas vazias
E cinzeiros exagerados.
Fumaça amanhecida.
O trio vestido de suor
E amarelo
Agora desvencilhados.
Vozes e cabelos
Fora do lugar.
Lábios agigantados
De um vermelho quase esmalte.
Desfilam no Carnaval
Alegorias de Sade.
Duas vilãs nuas sobre o mastro.
Musas aquáticas atravessam
A carne do macho
Como lanças tênues a murmurar.
Confesso ao outro homem,
Que ficou de fora,
Um bom dedo de ciúmes molhado
Num copo de uísque.
Alinhadas,
As amigas de coxas voluptuosas
Suplicam viril aposta.
A língua adormecida dos excessos
Acendem em velas que duram
E marcam o chão
Com cores de outrora.
Uma ducha quente nas costas insensatas
Da moça mais branca,
Que mergulha todas as manhãs,
Enquanto ele adormece em jardins
Abarrotados de cisnes.
Trois: a síntese semiótica sexual.
Um triângulo nunca equilátero,
Sem democracia possível.
Ela comanda as mentiras,
A programação improvisada,
Um oceano todo
Que ele derrama
Na minha garganta.
Jarros d´água indivisíveis
Para exaurir a sede do nobre jovem
Que contempla suas duas rainhas
E desconhece a altitude da Lua.
Nosso ange bleu a decifrar
Baudelaire na cama.
Para quê amanhecer?
Na janela,
pássaros desafiam a paciência dela,
que berra pedindo que cantem jazz.
Uma marchinha de Carnaval,
Finalmente!
Um violão qualquer
Brada para que todos
Abram as asas.
Recolhemos latas vazias
E cinzeiros exagerados.
Fumaça amanhecida.
O trio vestido de suor
E amarelo
Agora desvencilhados.
Vozes e cabelos
Fora do lugar.
Lábios agigantados
De um vermelho quase esmalte.
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