quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Bucetinha feita

Sim, o diminutivo liquefaz a palavra rústica e baixa, pouco à vontade na boca da moça de família que fui. Só nos sussurros dele em meu pescoço lascivo é que “buceta” parece nome de coisinha doce e tão graciosa. E faz molhar! Não há mais um segundo seco entre minhas pernas brutas.

Mas não foi ele – e sim ela – quem fez minha bucetinha ontem. É, gostei disso: bucetinha feita. Um estalido da língua e muita saliva derramada, pouco a pouco, alisando o grelo, os pêlos, o bem dentro.

Quente, rósea, os contornos ampliados numa expressão rica de túnel, passagem e caleidoscópio. Lugar com toda a dimensão de tempo, sem espaço em branco. Luxúria na beira da cama de lençóis ao chão, coberta de bruma e beijos de uvas frescas.

Saltos ornamentais, gozos insistentes a esmurrar minha porta, com pulsos cerrados logo pela manhã. Debatendo na cama feito peixe na pia, ainda vivo. Videoclipe velho, proféticos versos de Noel.

Nós, damas-vagabundas, a roubar os sonhos do pobre jovem nobre. Súbidas e helênicas. Sorrisos largos e espasmos crônicos, elásticos e abissais.

Presa pela cintura, minha doce gueixa serpenteia entre as mãos bonitas dele. Já satisfeita, ela lambe em círculos perfeitos e eu chupo feito abraço apertado. Até que o nobre cava na bunda branca dela, com mãos firmes. O pau dele desaparece na montanha. E eu apreciando este pôr-do-sol.

2 comentários:

Anônimo disse...

muito bem!
poesia licenciosa, boa coisa.
original, ver Sade nas alegorias.
prossiga.

Anônimo disse...

Quente! Quente! Quente!
J