Não, não torça o nariz. Eu também achava que cu é coisa de banheiro e não de cama. Até que os insistentes pedidos – e tentativas vãs – me convenceram de que alguma graça devia ter o cu. Só bonito naquela foto do Man Ray.
Mais uma vez, apelei para o diminutivo, “cuzinho”, no intuito de amenizar a feiura já moralmente impregnada na palavra. Até hoje prefiro falar em “dar (ou comer) a bundinha” do que o cu. Fica mais safado e bonito. É uma metonímia ao contrário: o todo pela parte.
Liberei o meu cu só para alguns homens. Sim, porque tem que saber fazer. Com jeito, saliva, ritmo. A maioria se deslumbra com o estreito e sai em disparada, sem ouvir o corpo da mulher, que pede calma. Perde o direito ao bis.
Mas minha surpresa de verdade foi o cu deles: homens também amam ser comidos! Achei que era só um. Só que outro veio com o mesmo gosto. E mais outro. E mais outro... Não são todos, claro. Alguns escondem o cu feito o Diabo da Cruz.
Aos que se permitem este prazer (sem medo de “virar viado”), o gozo emerge fácil e forte quando meu dedo submerge no cu deles. Antes, a língua umedece tudo o que não vê. E eles sempre seguram o próprio pau, numa punheta sofrida, gemendo trêmulamente. Tentam manter o controle, mas rapidamente se desfazem em porra.
Agora, com licença, tenho que tirar as roupas do varal antes que chova.
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4 comentários:
Muito interessante!
erotismo com ironia. muito bem!
bela literatura! amanha, no supermercado, fazendo compras!
me identifiquei... deliciosamente
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