quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Anjo negro

Ele prometeu tentáculos
Mas mal parava em pé.
Não culpe o vinho, meu caro,
Muito menos as doces cigarrilhas!

As unhas dela cintilavam,
Vermelhas, em meu decote.
Cabelos, pernas e esguios dedos,
Ateavam fogo nos oceanos.

Perdido entre o dueto em chamas,
Acuado, vislumbrava o passado:
O fodedor que a currou no chão cru da sala,
No banheiro da festa, nas pedras do Rio.

O vendaval esvaiu-se em brisa
Qual mormaço do outono.
E o anjo negro terrível de outrora,
Agora de asas tristes e murchas,
Pousou no parapeito delas,
Aguardando a morte inevitável.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mentiras, delírios, puro desejo não realizado

Anônimo disse...

"O vendaval esvaiu-se em brisa
Qual mormaço do outono."

o pau - velame - que aderna